CPI QUEBRA SIGILO DE TESOUREIRO DO PT E CONVOCA AFILHADO DE DIRCEU - Parque Silvana em Foco

CPI QUEBRA SIGILO DE TESOUREIRO DO PT E CONVOCA AFILHADO DE DIRCEU

João Vaccari Neto

A CPI mista da Petrobras aprovou nesta terça-feira a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Ele é apontado pelo doleiro Alberto Yousseff como um dos beneficiários da quadrilha instalada na Petrobras. Foram 12 votos favoráveis e 11 contrários.
Os petistas protestaram e pediram a aprovação de um requerimento que quebrava o sigilo dos tesoureiros de todos os partidos que receberam doações das empreiteiras envolvidas – o que, das siglas com bancada no Congresso, livraria apenas o PSOL. Mas o texto não foi colocado em votação.
O sigilo de Vaccari foi quebrado com o apoio de parlamentares de partidos aliados, como Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Enio Bacci (PDT-RS).
A CPI também aprovou nesta terça a realização de uma acareação entre Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, ex-diretores da área internacional da Petrobras, e a convocação de Ildo Sauer, ex-diretor de gás e energia da empresa.
Também foi aprovada na comissão a convocação de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal. Indicado pelo ex-ministro José Dirceu para o cargo, que ocupou entre 2003 e 2012, ele foi preso na última sexta-feira em mais uma etapa da Operação Lava Jato.
Na semana passada, governistas se articularam para barrar a convocação de Duque. Agora, com a prisão do ex-diretor, a base aliada votou a favor e o pedido foi aprovado por unanimidade. "É alguém que está preso e tem informações preciosas para o fechamento dos trabalhos", disse o senador Wellington Dias (PT-PI). 
Duque é investigado por integrar o esquema bilionário de desvios em contrato da Petrobras com empreiteiras e outras companhias. Os recursos eram usados para abastecer caixas do PT, PP e PMDB. 
A comissão também aprovou por unanimidade um requerimento que convoca Sérgio Machado, presidente licenciado da Transpetro, a falar à CPI.

Agora, os líderes vão se reunir para acertar o cronograma de depoimentos. O prazo é curto. Além disso, a continuidade dos trabalhos pelas próximas semanas não está assegurado. A oposição ainda reúne assinaturas para assegurar a renovação da CPI por um mês a partir de 23 de novembro, quando o prazo original se encerraria. De qualquer forma, os trabalhos do Congresso devem terminar em 22 de dezembro. Por isso, os oposicionistas também se articulam para criar uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito no início de 2015. A ideia é aproveitar os dados obtidos pela CPI atual.

Os principais personagens da Operação Lava Jato da PF

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Paulo Roberto Costa

Indicado pelo PP à diretoria de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa é um dos pivôs do esquema de lavagem de dinheiro. Ao lado do doleiro Alberto Youssef, montou um esquema de desvio de recursos da estatal para enriquecimento próprio e para abastecer o bolso de políticos e partidos da base aliada. Isso era feito com a assinatura de contratos fictícios, simulando a prestação de serviços entre empresas de fachada e as empreiteiras envolvidas, sempre com a finalidade de dar aparência legítima ao dinheiro desviado. Foi preso em março de 2014 e solto três meses depois, por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Em junho, contudo, voltou para a cadeia por esconder da Justiça que possuía 23 milhões de dólares depositados em bancos suíços. Optou por selar acordo de delação premiada com a Justiça e, em depoimento, arrastou para o centro do escândalo três governadores, um ministro, seis senadores, 25 deputados federais e três partidos políticos (PT, PMDB e PP). Ao desvendar as engrenagens do petrolão, revelou um cartel de grandes empreiteiras que escolhia as obras, decidia quem as executaria e fixava os preços. As empreiteiras superfaturavam os custos e repassavam até 3% do valor dos contratos para os “agentes políticos”. Revelou também os nomes dos operadores dos partidos no esquema, entre eles o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, responsável por receber e administrar o dinheiro desviado da Petrobras para a sigla. Depois de homologado o acordo de delação pelo STF, passou a cumprir prisão domiciliar. 
 
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