DENGUE:A VACINA QUE TRAZ ESPERANÇA
Resultado de uma pesquisa que perdurou por 20 anos e envolveu testes em mais de 40 mil voluntários nas três fases de estudos, a vacina da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas do laboratório francês Sanofi, acaba de ser finalizada e seus resultados publicados no The New England Journal of Medicine. A vacina candidata, a primeira a concluir pesquisa, apresentou 60,8% de eficácia contra casos sintomáticos de dengue.
De acordo com os estudos recentemente publicados e apresentados na Reunião Anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (ASTMH), as análises demonstraram uma proteção contra 95,5% dos casos de doença grave e uma redução de 80,3% no risco de hospitalizações durante o período de 25 meses de vigilância ativa.
Os números, segundo Sheila Homsani, gerente do Departamento Médico da Sanofi Pasteur e porta-voz oficial do laboratório no Brasil, estão alinhados com as determinações internacionais estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Não existe eficácia de 100%. Esse número (60,8%) significa que, em um grupo de dez pessoas que foram expostas aos vírus da doença, quatro tiveram formas leves e que apenas duas precisaram ser hospitalizadas. Isso representa um impacto no custo do tratamento de dengue em todo o mundo”, defende.
Testes
Os testes da fase três - a fase final - da vacina foram feitos na Ásia (Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã), Caribe e América Latina (Brasil, Colômbia, Honduras, México e Porto Rico). Os 31 mil voluntários, crianças e adolescente de 9 a 16 anos de idade, receberam um esquema de vacinação de três doses. Sheila Homsani explica que a vacina desenvolvida pela Sanofi reúne quatro vacinas para os sorotipos da doença.
“Como são quatro vacinas em uma só, a elaboração da vacina demandou muito trabalho tecnológico e tempo. A vacina a que chegamos é um vírus recombinante, com um pedacinho de cada um dos vírus, combinados com o vírus vacinal da febre amarela – que é um vírus há muito conhecido. Eles foram atenuados para não causar a doença”, detalha.
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