BRASIL NÃO CRESCE E TEM POUCA CREDIBILIDADE, DIZ FMI

O Brasil está em uma situação difícil. Essa é a primeira frase da avaliação anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia brasileira, o chamado "Artigo IV". A instituição havia reduzido, semanas atrás, as projeções sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para contração de 1% este ano e crescimento de 0,9% em 2016. No documento apresentado nesta terça-feira, o FMI afirma que o fraco desempenho da atividade reflete o impacto da baixa competitividade, a queda da credibilidade das políticas econômicas e a piora nas condições externas para o país. "Garantir um crescimento forte e sustentável é essencial para consolidar os ganhos impressionantes na inclusão social e requer, entre outras coisas, um reequilíbrio do consumo em direção a um crescimento liderado pelo investimento", diz o relatório.
A instituição avalia que o crescimento decepcionante também é reflexo das medidas recentes de ajuste fiscal, das altas taxas de juros e dos cortes de investimento na Petrobras provocados pelas investigações da operação Lava Jato. Mesmo assim, o FMI argumenta que uma aplicação bem sucedida das medidas de ajuste deve ajudar a melhorar a atividade mais para frente. "O espaço para políticas de estímulo é limitado e o foco deveria ser, por sua vez, aliviar gargalos na oferta e impulsionar a capacidade produtiva."
Para o FMI, o crescimento tende a melhorar no médio prazo, mas o potencial depende muito da implementação de reformas estruturais urgentes. "Os riscos para as projeções são significativamente para baixo e incluem ramificações adversas da atual investigação de corrupção envolvendo a Petrobras, a possibilidade de as metas fiscais não serem inteiramente atingidas e de racionamento de água e energia", explica o documento.
A implementação dos ajustes necessários não vai ser fácil, reconhece o FMI. "Entretanto, qualquer comprometimento no esforço das políticas econômicas pode colocar em risco as projeções de médio prazo, sem gerar nenhum benefício significativo no curto prazo."
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